Há tempos uma grande confusão permeia o dito universo artístico. Boa parte das pessoas acaba por confundir arte com entretenimento. Não são raros os casos em que as palavras “arte” e “artista” são usadas como substantivo e adjetivo para produções e pessoas que nada tem a ver com arte. As grandes produções do entretenimento - normalmente financiadas por empresários, empresas e até mesmo pelo erário – são moldadas de modo a criar uma atmosfera estéril, a qual não oferece nada de novo, nenhuma criação ou arte propriamente dita; o escopo final é meramente o de entreter o público.
Porém, diferentemente do que grande parte deste público pode imaginar, é que para que estes funcionários do entretenimento tão erroneamente chamados de “artistas” possam alcançar o sucesso, o dinheiro e a fama, é preciso acima de tudo que estes mesmos estejam em consonância com o seu patrocinador, agente, empresário e etc. Isso quer dizer que raramente ou nunca há imparcialidade, tampouco criatividade.
Arte é criação e expressão.
Para o artista, o objetivo final, é, justamente o de se expressar através da sua criação. Arte de artesãos, de artistas de rua, de pintores, de músicos, escritores e poetas independentes, demonstram não somente suas criações e dedicação a arte como também sua isenção, autonomia e liberdade criativa, sem estar à mando deste ou daquele patrocinador.
A verdadeira arte, independente, propõe ao público uma visão livre de amarras; criações libertas de moldes e, acima de tudo, o rompimento com paradigmas midiáticos, ideológicos e empresariais.
E é claro que isso tem um preço.
Ser um artista independente requer garra para vencer toda a sorte de dificuldades tanto para criar, com a falta de recursos e materiais, como para conseguir espaço para a divulgação da sua arte. Mas para quem é artista, isso jamais é encarado como um impeditivo para a arte.
Fazemos o que fazemos simplesmente porque assim sempre o faremos. Como na máxima latina:
“Ars gratia artis” (a arte pela arte)
É imperativo atentar ao grande público que tem muita coisa boa sendo produzida no Brasil hoje, basta procurar. As plataformas digitais e redes sociais ajudam na divulgação, mas o compartilhamento de conteúdo é extremamente mais eficaz. Portanto, se aprecia a independência, a criação, enfim, a verdadeira expressão de arte, ajude a disseminar a arte compartilhando o conteúdo produzido pelos artistas independentes próximos a você.
Incentive a arte e os artistas locais!
Incentive a arte!
Este não é um artigo contra a indústria do entretenimento.
Este é um artigo a favor da arte!
Abraços fraternais,
Rafael Pelissari
"Sad clown" por Barry Leighton-Jones